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Passa por envelhecimento em barris de carvalho europeu e dornas de bálsamo, que conferem na bebida aromas de notas amadeiradas. Sabor macio e refinado, com leves nuances adocicadas e delicadas especiarias, toques de baunilha com moderada picância, que remete ao anis estrelado.
Recomendação degustação: pura, gelada ou em coquetéis finos.
Cachaça envelhecida 12 (dose) anos em tonéis de Ipê Amarelo, a mais tradicional madeira viçosense, conhecida na região como “Pau D’Arco”, e árvore símbolo do Brasil, passa por finalização em dornas de bálsamo e carvalho, conferem ao sensorial de tons de castanhas e nozes notas herbáceas e de especiarias como cravo e erva-doce, baunilha, frutas secas e uma leve adstringência.
Recomendação degustação: pura,
O mais antigo município da serra da Ibiapaba, a origem da fundação de Viçosa do Ceará remonta ao final do século XVI, quando ocorreu ali o contato dos índios com os franceses vindos do Maranhão. Após a expulsão dos franceses em nome da coroa portuguesa, ainda nos primeiros anos do século XVII, ocorreu a chegada dos jesuítas, que fundaram umas das principais missões jesuíticas do Brasil na região, ainda mais fortalecida no ano de 1660, com a chegada do padre Antônio Vieira.
No auge de sua influência na serra da Ibiapaba, os jesuítas construíram a belíssima Igreja de Nossa Sra. da Assunção, obra iniciada ainda nos anos de 1690, mas considerada concluída no ano de 1700, sendo a mais antiga igreja do estado do Ceará. Com a sua construção ocorreu a fundação oficial da Aldeia da Ibiapaba, que no futuro seria conhecida como a cidade de Viçosa do Ceará.
Em 1759, a missão jesuítica foi encerrada e a coroa portuguesa elevou a Aldeia da Ibiapaba para Vila da Coroa Portuguesa, nomeando-a Vila Viçosa Real da América, nome em referência à Vila Viçosa, vila portuguesa desde 1217, situada no Distrito de Évora, região do Alentejo de Portugal.
Para a designação Viçosa Real das Américas, o “Real” do nome significava que a localidade havia sido criada diretamente pelo Reino de Portugal, ao passo que a expressão “da América” fora utilizada para diferenciar da vila que já existia em Portugal.
Em 1822 o Brasil declarou sua independência e cerca de 60 anos após a declaração de ruptura com o Reino de Portugal e Algarves, a Vila Viçosa Real da América foi alçada à categoria de cidade, passando a ser chamada apenas de Viçosa desde 1882.
Viçosa do Ceará foi a primeira cidade brasileira batizada com o nome Viçosa, embora tal fato não tenha impedido que ao longo dos anos surgissem outras cidades brasileiras homônimas. Por essa razão, em 1943 o Conselho Nacional de Geografia pretendeu mudar o nome de Viçosa para “Ibiapaba”, alegando a existência de outras cidades, em outros estados da federação, com o mesmo nome, o que poderia causar confusão.
Considerando a mudança de nome um desrespeito à sua história e tradição, a comunidade viçosense não aceitou passivamente a proposta de alteração e, em um movimento liderado por Francisco Caldas das Silveira, o conhecido Chico Caldas, patrono da cidade de Viçosa, com o apoio, dentre outros, do ilustre filho da terra, Clóvis Beviláqua, um dos maiores jurisconsultos do Brasil, sugeriu o acréscimo da expressão “do Ceará” ao nome de Viçosa. Isso pois, nas palavras de Clóvis, Viçosa teria o “garbo de ser do Ceará”.
Assim, através do Dec. Lei n˚ 1.144, de 30 de dezembro de 1943, a pioneira cidade da serra da Ibiapaba, a primeira Viçosa das américas, passou a ostentar o nome de Viçosa do Ceará.
O nome da cachaça Viçosa Real veio da inspiração na história e tradição dessa antiga cidade brasileira e de tudo a que a rodeia. Nossos signos evocam o amor dos índios pela natureza, da paixão dos franceses pela gastronomia, da cultura e educação dos jesuítas, da cana-de-açúcar e técnicas de destilação trazidas pelos portugueses. Tudo aliado ao brilhantismo de Clóvis e do amor de Chico Caldas pelas raízes de sua terra e sua dedicação pelo desenvolvimento e prosperidade da urbe.
Chico Caldas dedicou-se arduamente ao desenvolvimento de Viçosa e à proteção de seu patrimônio histórico, nutrindo pela cachaça viçosense apreço incondicional, razão pela qual esse ilustre viçosense é homenageado em nosso rótulo com a imagem de seu tradicional casarão. Afinal, era quase impossível passar por sua casa e não ser convidado para “tomar uma”; ainda mais difícil era não voltar para tomar outra.
Orgulhosamente, alguns de nossos tonéis históricos pertenceram a algumos dos personagens de pedaços da História viva de Viçosa, tendo-os alimentado, de modo a que em cada gota de nossa bebida tentamos entregar aos nossos consumidores nossas raízes, sabores autênticos e paixão pela cachaça, que sempre foi a principal bebida do tanto do viçosense, quanto de todo brasileiro.
Por toda a história de sua origem e incalculável potencial de alcance, a cachaça conquistou seu espaço como uma das bebidas destiladas mais nobres do mundo. Produto original e legitimamente brasileiro, o primeiro destilado das américas, tendo inspirado o Rum do Caribe, bem como antecedido o Bourbon americano e a Tequila Mexicana.
E se toda cachaça merece atenção especial, o que dizer das cachaças viçosenses, aquelas, da mais antiga das Viçosas das Américas? A Viçosa Real, enfim, tem o garbo de ser de Viçosa do Ceará.